Notícia

22.12.2022

BEI financia as nossas primeiras centrais solares em Portugal

  • A Iberdrola e o BEI assinam um empréstimo verde de 70 milhões de euros para impulsionar energias renováveis em Portugal
  • O empréstimo será utilizado para a construção de 188 MW de instalações fotovoltaicas em vários locais, a maioria em áreas rurais
  • Os projetos terão um impacto significativo para a segurança do aprovisionamento energético da União Europeia, para a ação climática e para a coesão social
     

O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Iberdrola assinaram um novo acordo para acelerar a transição energética de Portugal através do desenvolvimento de novas capacidades de energia renovável. O banco da UE concederá um empréstimo verde de 70 milhões de euros para a construção de uma carteira de projetos com uma capacidade total de cerca de 188 megawatts (MW). Estas novas instalações, que foram obtidas em leilão durante o ano de 2019, produzirão energia verde e competitiva equivalente ao consumo médio de mais de 65.000 casas. 

O BEI financiará cinco centrais solares fotovoltaicas e as suas instalações de ligação, com uma capacidade total de aproximadamente 188 MW, localizadas nas regiões do Algarve, Centro, Alentejo e Lisboa. Estas centrais fotovoltaicas situam-se principalmente em zonas rurais, consideradas regiões de coesão pela União Europeia. 

O financiamento será atribuído aos projetos Montechoro I e II (37 MWp), Alcochete I e II (46 MWp), Algeruz II (27 MWp), Conde (14 MWp) e Carregado (64 MWp). O financiamento incluirá também infraestruturas acessórias, tais como estradas de acesso, subestações e interligações. Estes investimentos não só aumentarão a produção de energia limpa, como também melhorarão a segurança do aprovisionamento.

Os investimentos a realizar ao abrigo deste acordo impulsionarão o crescimento económico e o emprego nestas regiões. Globalmente, as novas infraestruturas criarão quase 1.000 postos de trabalho durante a fase de construção, para além dos gerados noutros sectores relacionados. 

O Vice-Presidente do BEI, Ricardo Mourinho Félix, afirmou: "O acordo hoje assinado demonstra o compromisso do Banco em apoiar a Europa no cumprimento dos seus objetivos climáticos. Temos o prazer de colaborar com a Iberdrola no desenvolvimento das suas primeiras centrais solares em Portugal, que gerarão crescimento económico e emprego em regiões de coesão. Este projeto é um excelente exemplo da cooperação estratégica entre o BEI – o banco do Clima da União Europeia – e a Iberdrola – líder mundial em energias renováveis – unidos no apoio à recuperação económica verde, à transição ecológica e à segurança energética da Europa."
 
José Sainz, diretor financeiro da Iberdrola, explicou: "Esta colaboração com o BEI é um novo impulso para os projetos da Iberdrola no país, numa altura como esta, em que a transição energética é mais necessária do que nunca e é a única forma de reduzir a dependência de combustíveis fósseis”.  Além disso, o acordo com o BEI está em linha "com o compromisso da Iberdrola de apoiar a transição energética no país, onde triplicamos a nossa capacidade fotovoltaica em 2023", segundo Sainz.

Esta é a segunda vez que o BEI financia os projetos que a Iberdrola desenvolve em Portugal, como aconteceu com o Tâmega, com um empréstimo de 650 milhões de euros.

Portugal, um país estratégico para a transição energética

Há dias, o presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, ratificou em Portugal os planos da empresa para apoiar a transição energética no país. Desta forma, até ao final do próximo ano, os investimentos do grupo em Portugal ultrapassarão os 2.000 milhões de euros. Adicionalmente, a empresa tem de alocar 3.000 milhões de euros nos próximos anos a projetos solares, eólicos e de armazenamento, bem como novas soluções como o hidrogénio verde.

A Iberdrola tem em Portugal a gigabateria do Tâmega, a maior iniciativa de  energia limpa da história do país,  com um investimento superior a 1.500 milhões de euros, com três barragens e três centrais (Gouvães, Daivões e Alto Tâmega) e uma capacidade de armazenamento de 40 milhões de kWh, equivalente ao consumo médio diário de energia de 11 milhões de pessoas.

Além disso, já opera 92 MW de energia eólica em Portugal, distribuídos em três parques eólicos: Catefica, no concelho de Torres Vedras, de 18 MW; Alto de Monção, em Mortágua e Tondela, 32 MW; e Serra do Alvão, em Ribeira de Pena, 42 MW. Juntas, estas centrais produzem 200 GWh por ano, o equivalente à energia elétrica utilizada por 35.000 famílias.

BEI e segurança energética

Na última década, o Banco Europeu de Investimento aplicou quase 100 mil milhões de euros no sector energético da UE. Estes investimentos oportunos estão agora a ajudar a Europa a enfrentar a crise desencadeada pelo corte abrupto do fornecimento de gás russo. Só nos primeiros nove meses deste ano, o BEI assinou apoios financeiros num total de mais de 8.300 milhões de euros para projetos de eficiência energética, energias renováveis, eletricidade e armazenamento na UE, ajudando assim a reforçar a resiliência da economia europeia. 

Em outubro de 2022, o Conselho de Administração do BEI decidiu aumentar os volumes de financiamento de energia limpa do Grupo para níveis sem precedentes, em apoio ao objetivo da REPowerEU de acabar com a dependência da Europa das importações russas de combustíveis fósseis. Nos próximos cinco anos, serão investidos mais 30 mil milhões de euros, aumentando o já forte apoio do BEI ao sector energético da UE. Estima-se que o pacote específico REPowerEU mobilize mais 115 mil milhões de euros em investimentos adicionais até 2027, contribuindo assim substancialmente para a independência energética da Europa e para o objetivo do Grupo BEI de mobilizar mil milhões de euros nesta década no financiamento climático. 

Saiba mais sobre o apoio ao BEI para a energia aqui e sobre os mais recentes projetos energéticos que financiámos aqui.

Iberdrola: expandindo os canais de financiamento

No final de setembro de 2022, o Grupo já tinha financiamento verde, ou associado a critérios de sustentabilidade, em valores próximos de 45.000 milhões de euros, dos quais quase 16.000 correspondem a obrigações verdes.  

Esta abordagem ao financiamento responde ao plano histórico de investimento lançado pela Iberdrola, que inclui investimentos de 47.000 milhões de euros até 2025, com o objetivo de colocar a sua capacidade de renovável em 52.000 MW e situar o valor dos ativos em redes em 56.000 milhões de euros. 

Como explicado no Capital Markets Day, a Iberdrola está a diversificar as suas fontes de financiamento e, além de fontes tradicionais, como o mercado de capitais e os bancos de investimento, o Grupo está a desenvolver novas formas, incluindo agências de crédito à exportação, bancos de desenvolvimento e agências multilaterais, com as quais pretende captar até 11.000 milhões de euros em 2025.

Os novos investimentos previstos para o período 2023-2025 permitem à Iberdrola prever um EBITDA entre 16.500 e 17.000 milhões de euros até 2025, o que constitui um crescimento médio anual entre 8% e 9%. Além disso, a empresa estima que o resultado líquido aumente para um intervalo entre 5.200 e 5.400 milhões de euros em 2025, representando um crescimento médio anual entre 8% e 10%.