Notícia
O presidente da Iberdrola participa no fórum Global Trends 2025 organizado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos na Espanha
Ignacio Galán insiste que segurança energética é igual a segurança nacional
- O presidente da Iberdrola defende que a eletrificação é fundamental para a competitividade, a segurança e o crescimento econômico, e exorta cada país a construí-la utilizando fontes de energia autóctones.
- Ele insta a um investimento mais rápido nas redes e apela a políticas estáveis, incentivos ao investimento e uma tributação racional
O presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, participou hoje do Fórum Global Trends 2025, organizado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos na Espanha. Durante sua intervenção, Galán destacou que a eletrificação é o pilar fundamental para garantir a autonomia estratégica, a competitividade industrial e a sustentabilidade ambiental.
Galán indicou que a demanda mundial por eletricidade dobrará nos próximos 15 anos, impulsionada pelos novos avanços tecnológicos, que tornam a eletrificação um processo imparável: desde o transporte e a climatização de edifícios até a digitalização, o processamento de dados ou a inteligência artificial, todas as grandes invenções de hoje são baseadas na eletricidade.
Além disso, em um mundo cada vez mais automatizado e digitalizado, dispor de eletricidade é o primeiro requisito para acessar todos os serviços do nosso dia a dia, pois, segundo o presidente, “segurança energética é igual a segurança nacional”.
O presidente indicou que é fundamental dispor de um sistema energético robusto e pouco dependente de fontes externas, dotado de infraestruturas de rede capazes de atender a esse consumo crescente com total confiabilidade, e destacou que a eletrificação deve ser construída com energias autóctones para ser competitiva.
Além disso, apelou à urgência de reforçar as infraestruturas elétricas e reclamou um quadro regulamentar que facilite os investimentos. “A UE indicou que precisa de 1,2 biliões de euros em redes, o que requer rendimentos atraentes, agilização das licenças e minimização dos litígios”, afirmou.
Durante sua participação, ele destacou que, para atrair esses investimentos, é essencial contar com políticas energéticas estáveis. Ele lembrou que os investimentos em infraestruturas energéticas têm horizontes de maturação entre 40 e 60 anos, pelo que as empresas precisam de um quadro regulatório claro e previsível que lhes permita acessar capital nos mercados financeiros. Além disso, ele defendeu uma rentabilidade atraente e uma racionalização da tributação.
Por outro lado, apelou à redução da burocracia administrativa, que em muitos casos atrasa durante anos projetos que poderiam ser construídos em pouco mais de um ano. Solicitou igualmente a eliminação dos regimes fiscais assimétricos que favorecem o gás e o petróleo em detrimento da eletricidade, e defendeu o incentivo ao investimento em redes e armazenamento, especialmente em países como a Espanha, onde existem limites regulamentares ao investimento na distribuição.
O presidente da empresa elétrica lembrou que a Iberdrola lidera esta transformação há mais de duas décadas, com investimentos superiores a 170.000 milhões de euros em redes inteligentes, renováveis e armazenamento, e com presença em mais de 30 países. A capitalização bolsista da Iberdrola ultrapassa os 100 bilhões de euros, situando-se como a primeira utility da Europa e entre as duas maiores do mundo.