Notícia

24.01.2024

Ignacio Galán no lançamento da Aliança Q-Zero para descarbonização: "Temos tempo se triplicarmos as energias renováveis até 2030 e reduzirmos os combustíveis fósseis"

Ignacio Galán foi entrevistado no programa de rádio "Más de uno", apresentado no canal Onda Cero por Carlos Alsina, um dos principais líderes de opinião da Espanha, por ocasião do lançamento da aliança Q-Zero. 

O presidente do grupo Iberdrola incentivou a "união de forças entre os que produzem, os que consomem e os que gerenciam" para responder ao "clamor global pela descarbonização e pela redução das emissões e dos materiais poluentes no planeta". 

Os últimos grandes eventos internacionais, como a Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, ou a Cúpula do Clima, em Dubai, deixaram claro que há um amplo consenso político para avançar em direção à eletrificação e reduzir o consumo de combustíveis fósseis. "Não se trata de uma guerra entre nós. É uma aliança entre nós para atingir as metas de descarbonização", insistiu Galán. "Juntos, podemos alcançar esse objetivo. Separadamente, será muito mais difícil", garantiu.

Esse processo trará benefícios para os cidadãos em três áreas principais, de acordo com Ignacio Galán. Por um lado, produzirá preços mais estáveis ao evitar a volatilidade, já que "a produção renovável indígena reduzirá a dependência das importações". 

Em segundo lugar, isso gerará "novos setores e mais empregos de qualidade". "Hoje já temos mais de 36 milhões de empregos ligados à transição energética", disse Galán.

Por fim, a descarbonização terá um impacto positivo na saúde das pessoas porque "resultará em uma qualidade ambiental e do ar muito menos prejudicial".

"Energia não é eletricidade"

Questionado sobre a tributação das empresas de energia como resultado da crise, o presidente do Grupo Iberdrola esclareceu que "energia não é eletricidade", como demonstrado pelo fato de que, atualmente, "80% da energia que consumimos não é eletricidade. É energia produzida com gás, carvão ou petróleo" e lembrou que a crise "não foi elétrica, foi energética porque a origem se chama gás".

Ele lamentou que "nesse totum revolutum" as empresas de eletricidade tenham sido afetadas: "nós éramos a solução e não o problema. Se quisermos menos volatilidade, mais energias renováveis e mais armazenamento", disse.

"Eu defendo, defendi e defenderei o princípio do poluidor-pagador. E aqueles que não poluem e fazem as coisas bem feitas devem ser recompensados ou reconhecidos. Não se pode colocar todo mundo no mesmo saco", concluiu.

Galán também deu sua opinião sobre o debate que questiona se estamos agindo com rapidez suficiente diante das mudanças climáticas. "Sem dúvida, estamos nos movendo em um ritmo muito lento. Já quase atingimos os níveis de temperatura que esperávamos para 2050", disse Galán, que, no entanto, mostrou-se otimista: "Temos tempo se triplicarmos as energias renováveis até 2030 e reduzirmos o consumo de combustíveis fósseis".

Nesse sentido, ele criticou aqueles que descrevem como verde o que não é: "Eu experimentei os negacionistas no primeiro estágio, que foram refutados por uma imensa base científica. Depois vieram os retardatários, que diziam que vamos fazer, mas mais lentamente, e agora está surgindo o green washing, que dizem mas não fazem".