Notícia

2020-07-24 00:00:00.0

Com um investimento de 150 milhões de euros, contribuirá para a descarbonização do setor industrial e estará em funcionamento em 2021

Iberdrola coloca em funcionamento, junto à Fertiberia, a maior usina de hidrogênio verde para uso industrial na Europa

  • A Iberdrola desenvolverá uma usina fotovoltaica (100 MW), uma instalação de baterias e um sistema de produção de H2 verde através da eletrólise a partir de fontes 100 % renováveis
  • O hidrogênio verde será utilizado nas instalações de fertilizantes da Fertiberia no município de Puertollano (Ciudad Real, Espanha), convertendo-se assim na primeira empresa europeia de seu setor que desenvolve uma experiência em larga escala de geração de amoníaco verde  
  • A iniciativa gerará até 700 postos de trabalho e evitará emissões de 39.000 tCO2/ano

A Iberdrola e a Fertiberia se aliam em sua aposta na sustentabilidade do setor industrial. As empresas assinaram um acordo que ativará um investimento de 150 milhões de euros para a construção da maior usina de hidrogênio verde para uso industrial na Europa, que as companhias espanholas promoverão em Puertollano e que estará em funcionamento em 2021.

A Iberdrola será responsável pela produção do hidrogênio verde a partir de fontes 100 % renováveis. A solução será composta por uma usina solar fotovoltaica de 100 MW, um sistema de baterias de íon-lítio com uma capacidade de armazenamento de 20 MWh e um dos maiores sistemas de produção de hidrogênio com eletrólise do mundo (20 MW).

O hidrogênio verde produzido será usado na fábrica de amoníaco da Fertiberia do município de Puertollano. As instalações são uma das mais eficientes da União Europeia com uma capacidade de produção superior a 200.000 t/ano. A Fertiberia atualizará e modificará as instalações para poder utilizar a produção do hidrogênio verde e, dessa forma, fabricar fertilizantes verdes.

A Fertiberia poderá reduzir em mais de 10 % as necessidades de gás natural nas instalações e será a primeira empresa europeia do setor que desenvolve uma experiência em larga escala de geração de amoníaco verde.

O projeto será desenvolvido no município de Puertollano (Ciudad Real, Espanha), uma localização privilegiada, com um importante polo industrial e onde está situado o Centro Nacional do Hidrogênio que prestou assessoria durante sua criação.

Seu desenvolvimento e construção gerará 700 postos de trabalho e, uma vez operacional, evitará a emissão de 39.000 tCO2/ano[1].

“Lançamos hoje o primeiro grande projeto de hidrogênio verde da Europa, demonstrando que graças às energias renováveis e à inovação tecnológica é possível continuar dando respostas às necessidades de eletrificação e descarbonização de nossa indústria. A iniciativa mostra o caminho e as oportunidades da transição energética para desenvolver projetos inovadores como foco da industrialização e criação de empregos na Espanha”, explicou Ignacio Galán, presidente da Iberdrola.

"A parceria com a Iberdrola permite que a Fertiberia dê mais um passo em sua ambição de se tornar uma referência europeia de soluções sustentáveis para a agricultura e liderar a mudança de paradigma da transição energética no setor químico, graças à fabricação de amoníaco verde a partir de fontes de energia renováveis autóctones", indicou Javier Goñi, presidente da Fertiberia.


Avançar na maturidade tecnológica para descarbonizar a indústria

O projeto ajudará a avançar na maturidade tecnológica do hidrogênio verde a fim de convertê-lo em uma solução para a descarbonização eficiente no médio prazo tanto da indústria que o utiliza como matéria-prima quanto para os processos cuja descarbonização é difícil.

Estima-se que na Espanha exista uma produção anual de hidrogênio de 0,5 Mt H2/ano, que se utiliza como matéria-prima na indústria do refino, química e fertilizantes. Majoritariamente tem origem fóssil e gera emissões de 5 Mt de CO2/ano. A produção de H2 mundial anual (70 Mt) representa emissões de 830 Mt de CO2/ano, ou seja, é responsável por mais de 2 % do total gerado no mundo. Uma cifra de emissões semelhante à emitida por um país como a Alemanha.

Calcula-se que descarbonizar o hidrogênio mundial com a produção de energia 100 % renovável significaria também um aumento da demanda de eletricidade superior a 10 %.

Saiba mais: Aspectos fundamentais do projeto de inovação mais ambicioso da Europa para produzir hidrogênio verde


Energias renováveis para uma recuperação verde

A eletrificação é uma alavanca essencial para a recuperação econômica e a criação de emprego. Por isso, a Iberdrola atingirá este ano a cifra recorde de 10 bilhões de euros de investimento, mobilizando projetos, a atividade industrial da cadeia de valor e a inovação em energias renováveis, redes inteligentes e sistemas de armazenamento em larga escala.

A companhia também trabalha em iniciativas europeias para promover a inovação nesse âmbito e recentemente aderiu à iniciativa Choose Renewable Hydrogen, através da qual empresas do setor energético exigem à Comissão Europeia a adoção de medidas adequadas para aproveitar ao máximo o potencial do hidrogênio verde.

Em Castela-La Mancha, a Iberdrola opera 2.229 MW renováveis, principalmente eólicos, que a situam como a segunda comunidade autônoma espanhola com mais megawatts ‘verdes’ instalados pela empresa. Na região, junto à Puertollano II (100 MW), desenvolverá outros três projetos fotovoltaicos, com uma capacidade instalada de 150 MW em Cuenca e Toledo.

A Iberdrola é líder em energias renováveis na Espanha, com uma capacidade eólica instalada de mais de 6.000 MW e mais de 16.500 MW em energias renováveis; um volume que no mundo supera os 32.000 MW, convertendo seu parque de geração em um dos mais limpos do setor energético.


Fertiberia, soluções inovadoras e viáveis para a transição ecológica

A Fertiberia dá continuidade a esse projeto com o propósito de fornecer soluções inovadoras e viáveis para a transição ecológica, com o objetivo de atingir a neutralidade de emissões e independência energética na Espanha.

Essa transição exige a inclusão e o desenvolvimento de tecnologia de vanguarda para adaptar e introduzir de forma eficiente essa nova corrente de hidrogênio, além do controle avançado dos processos.

Com a produção de amoníaco proveniente de fontes renováveis, a empresa evitará a emissão na atmosfera de CO2 e reduzirá, simultaneamente, a dependência de um combustível fóssil que deve ser importado de terceiros países. O amoníaco é, por sua vez, a matéria-prima usada para a fabricação de um vasto catálogo de produtos, entre os quais se destacam fertilizantes sustentáveis de última geração.

O oxigênio obtido como coproduto da eletrólise da água será destinado integralmente à unidade de ácido nítrico da Fertiberia, reduzindo assim suas emissões.





[1] Incluem a redução de emissões nos processos das instalações industriais da Fertiberia

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