Perda de biodiversidade: causas, consequências e soluções
Perda de biodiversidade: um risco para o meio ambiente e para a humanidade
A biodiversidade do planeta está ameaçada e o principal culpado é aquele que, paradoxalmente, mais depende dela: o ser humano. Frear a perda de biodiversidade, entendida como a redução ou desaparecimento da diversidade de seres vivos que habitam o planeta, é um dos grandes desafios da humanidade. A seguir, enumeramos suas causas, consequências e possíveis soluções.

Os países que formam o planeta Terra descumpriram todos os objetivos estabelecidos para frear a destruição da biodiversidade no início desta década. Essa foi a devastadora conclusão do quinto relatório Link externo, abra em uma nova aba. de Avaliação Global sobre Diversidade Biológica, publicado pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) em 2020. O documento, além de advertir sobre a alarmante degradação da natureza, também apontou que se trata de uma variável que aumenta o risco de futuras pandemias.
O ano de 2020 foi o prazo estipulado para atingir as chamadas Metas de Aichi, ou seja, o Plano Estratégico sobre Diversidade Biológica (2011-2020) estabelecido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Esse roteiro definiu 20 objetivos para frear a perda da biodiversidade no planeta. No entanto, com o passar do tempo, o relatório indicou que nenhum desses compromissos foi totalmente cumprido, resultando em um impacto negativo sobre as espécies, os ecossistemas e o próprio ser humano.
O que é a perda de biodiversidade
A perda de biodiversidade se refere à redução ou desaparecimento da diversidade biológica, ou seja, a variedade de seres vivos que habitam o planeta, seus diferentes níveis de organização biológica e sua respectiva variabilidade genética, assim como os padrões naturais presentes nos ecossistemas. A edição de 2024 do Relatório Planeta Vivo, elaborado pela ONG WWF, revela uma queda alarmante de 73% no tamanho médio das populações de mais de 5.000 espécies de mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios nos últimos 50 anos. Esse indicador reflete com clareza o grave declínio que a biodiversidade está sofrendo no mundo inteiro.
Causas da perda de biodiversidade
A biodiversidade tem diminuído a um ritmo assustador nos últimos anos devido, em grande parte, à atividade humana. A seguir, enumeramos as principais causas:
Mudanças climáticas
As mudanças climáticas impactam na biodiversidade em diversos níveis: a distribuição das espécies, a dinâmica das populações, a estrutura das comunidades e a função ecossistêmica.
Poluição
Quando falamos de poluição pensamos, por exemplo, na fumaça que sai dos escapamentos dos carros e que sobe para a atmosfera, mas há outros tipos de poluição que também afetam a biodiversidade, tais como a poluição sonora e luminosa que exercem uma influência negativa sobre ela.
Destruição de habitats
A poluição do solo e as alterações em seus usos devido a atividades como o desmatamento das florestas impactam de forma negativa nos ecossistemas e nas espécies que os compõem.
Espécies exóticas invasoras
As espécies exóticas invasoras são a segunda causa de perda de biodiversidade no mundo de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Agem como depredadores, competem pelos alimentos, se hibridizam com as espécies nativas, trazem parasitas e doenças, etc.
Exploração excessiva do meio natural
A exploração excessiva dos recursos naturais, ou seja, seu consumo a uma velocidade maior do que a sua regeneração natural, tem consequências evidentes na flora e fauna do planeta

Consequências da perda de biodiversidade
A perda da biodiversidade traz consigo inúmeras consequências que não afetam apenas o meio ambiente, pois também atinge o ser humano, seja no âmbito econômico ou da saúde. Durante a 11ª assembleia da plataforma IPBES, Alicia Pérez-Porro, responsável pela interação política e relações institucionais do CREAF, aproveitou a oportunidade para alertar sobre esse cenário: “É um momento crítico para alinhar esforços em escala global.” Nas seguintes linhas, elencamos alguns de seus efeitos adversos:
Extinção de espécies
A alteração e destruição dos habitats provocam que milhares de espécies estejam em perigo de extinção.
Ameaça para o ser humano
A perda de biodiversidade coloca em perigo o bem-estar do ser humano ao afetar o solo e a água, fundamentais para sua alimentação.
Proliferação de pragas
Os desequilíbrios nos ecossistemas podem provocar o surgimento de pragas que prejudiquem, por exemplo, às colheitas.
Aumento das emissões de CO2
A capacidade das florestas e dos oceanos para absorver CO2 se reduz se seus ecossistemas estão afetados.
Objetivo da Iberdrola com a biodiversidade
A Iberdrola está comprometida em alcançar um impacto líquido positivo na biodiversidade até 2030, integrando a conservação em todas as fases do ciclo de vida de suas instalações. Para isso, adota o princípio da hierarquia de conservação e estabelece mecanismos de identificação, monitoramento e avaliação de impacto.
O Plano de Biodiversidade 2030, aplicável a todo o Grupo Iberdrola, responde à urgente necessidade de combater a perda de biodiversidade. Seu objetivo é transformar o modelo energético em um modelo compatível com a natureza e as pessoas, abordando os impactos nos ecossistemas e nas espécies, inclusive ao longo da cadeia de suprimentos, e gerando valor econômico e social por meio de serviços ecossistêmicos.
Este plano tem como base a Política de Biodiversidade, aprovada em 2007 e atualizada em 2021 para refletir uma maior ambição em termos de sustentabilidade. Assim, o plano se apoia em mais de uma década de trabalho de integração da biodiversidade na estratégia e na tomada de decisões do grupo.