Agenda climática global

A COP25 finaliza com resultados tênues, mas com uma maior conscientização social

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A Conferência do Clima de Madri (COP25) terminou no domingo, dia 15 de dezembro (e não na sexta-feira, dia 13, como estava previsto, o que a torna a mais longa de todas as COP) com resultados 'tênues' em termos de negociações, apesar do seu grande impacto no tocante à mobilização da sociedade civil em geral.

COP25
Com o lema 'Tempo de agir' e presidida pelo Chile, a COP25 aconteceu entre os dias 2 e 13 de dezembro em Madri (Espanha).

Com o lema Tempo de agir, representantes de cerca de 200 governos estiveram presentes na COP25 com o objetivo de tentar chegar a acordos políticos que permitissem alinhar a tendência global das emissões com os objetivos do Acordo de Paris, priorizando limitar o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 ºC, o que equivaleria a um mundo com emissões nulas líquidas de CO2 na metade do século. Porém, os resultados não foram tão satisfatórios como se esperava que fossem para a agenda climática global.

Principais resultados da COP25

Do ponto de vista do processo de negociações e do âmbito governamental, as expectativas desta COP foram parcialmente cumpridas. Ela se situou em uma posição intermediária entre a COP 24 (Katowice), que aprovou grande parte das regras técnicas do Acordo de Paris —  Livro de Regras de Katowice —, e a COP 26 (Glasgow), a qual já tem um papel político preponderante, ao ser considerada como uma plataforma para visibilizar a renovação dos planos climáticos dos governos (NDC, conforme as siglas em inglês) que, conforme o Acordo de Paris, devem ser realizados durante 2020.

Os resultados da conferência podem ser divididos em 3 partes: negociações climáticas, política e sociedade civil.

 Negociações climáticas

Apesar da aprovação de alguns textos políticos e de algumas questões técnicas, os resultados foram relativamente modestos no referente à ambição climática.

Aprovaram-se decisões-quadro de caráter político que reconhecem a indispensabilidade de aumentar a ambição para cumprir a disparidade de emissões entre os compromissos climáticos atuais e os necessários para chegar a cenários de 2 graus (ou inclusive 1,5 graus): convidam os países a utilizarem a informação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC Link externo, abra em uma nova aba.) para seus diagnósticos e decisões políticas e mostram a necessidade de ambição política em 2020 para revisar a NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) e apresentar estratégias de redução de emissões para 2050.

Entre as questões que puderam finalmente ser acordadas se destaca aquilo que se conhece como 'mercados de CO2'. Este assunto foi especialmente polêmico pelas posições contrárias entre países como Brasil, China ou Índia, que defendiam regras laxas, em detrimento de posições como a da União Europeia — e da Iberdrola —, que apostavam em regras sólidas e íntegras do ponto de vista ecológico.

 Anúncios políticos

Nesta conferência ficou claro a liderança política europeia em matéria de ação climática com a apresentação do Pacto Verde Europeu (European Green Deal Link externo, abra em uma nova aba.) e a aprovação no Conselho Europeu do objetivo de emissões líquidas nulas em 2050. Neste sentido, também cabe destacar a adesão de novos países à Coalizão promovida pelo Chile com o objetivo de estender o objetivo de emissões líquidas nulas até 2050 e a ambição pré-2020 ao máximo número de jurisdições. Parte destes anúncios já foram feitos na conferência de ação climática de setembro em Nova York, onde a Iberdrola esteve presente.

 Sociedade civil

Do mesmo modo, nesta edição, a sociedade civil (empresas, associações, ONG, etc.) também teve uma participação especial. Entre os aspectos mais destacados estão: a participação de até 177 grandes empresas globais — entre elas a Iberdrola — na declaração a favor de emissões líquidas nulas a 2050 (Business Ambition for 1.5 ºC Link externo, abra em uma nova aba.), o lançamento de importantes parcerias e campanhas financeiras para alinhar os fluxos de investimento com os objetivos climáticos e a apresentação de uma grande variedade de relatórios científicos das principais organizações multilaterais sobre cenários e impactos climáticos.

O Grupo Iberdrola na COP25

A Iberdrola foi patrocinadora oficial da COP25 — por quarto ano consecutivo - e apoiou formalmente o governo espanhol como sócio de máximo nível. Além disso, a Companhia teve um pavilhão na Área Verde, onde ocorreu um intenso programa de atividades de divulgação e que recebeu visitas institucionais de caráter nacional e internacional.

A Companhia teve uma participação muito intensa nos principais eventos e iniciativas da sociedade civil, com um importante reflexo nos meios de comunicação e um reconhecimento explícito por parte de governos e organizações multilaterais pois é uma referência como empresa líder no processo de descarbonização.

Igualmente, apoiou publicamente as principais declarações políticas, empresariais e sociais, incentivadas tanto pela presidência chilena da COP como pelos diferentes organismos com fortes vínculos com o processo — We Mean Business, World Business Council for Sustainable Development, Corporate Leaders Group, UN Global Compact... —, enfatizando o conjunto de atividades da Associação de Marraquexe para Ação Climática Global Link externo, abra em uma nova aba. — uma plataforma de participação da sociedade civil das Nações Unidas — e contribuindo com apresentações sobre cada uma das temáticas: energia, indústria, transporte, etc.

Intervenções em fóruns técnicos e de alto nível

A Companhia também participou dos eventos e reuniões mais importantes, onde foram tratados assuntos tais como: políticas climáticas e negociações internacionais sobre mudanças climáticas, preços do carbono, narrativas contra o negacionismo, políticas de mitigação e adaptação na totalidade da economia, financiamento verde, modelos de negócio de sucesso na transição energética, transição justa, inovação e desenvolvimento no setor energético ou emprego verde.

Aproveitou-se também para mostrar o plano de conscientização da Iberdrola com iniciativas como o Educaclima, documentários, etc. Do mesmo modo, salientou-se a a visibilidade da expedição ciclista Moving for Climate Now, com uma alta participação de especialistas nacionais e internacionais e altos representantes da ONU, da COP e de diferentes administrações, a qual chegou na COP25 no dia anterior do início da Conferência.