Países megadiversos

10% da superfície mundial abriga cerca de 70% da diversidade biológica terrestre do planeta

Natureza

A ação direta do homem e o aquecimento global estão acelerando a extinção das espécies. Enquanto se completa a necessária transição para uma economia descarbonizada e que respeite o meio ambiente, é mais importante do que nunca proteger a biodiversidade do planeta e os ecossistemas naturais. Em especial, nos chamados países megadiversos.

O que são os países megadiversos?

Os países megadiversos são aqueles que abrigam os maiores índices de biodiversidade, incluindo uma grande quantidade de espécies endêmicas. Esse conceito foi proposto pela primeira vez, em 1988, por Russell Mittermeier e, atualmente, é utilizado para conscientizar sobre a proteção da biodiversidade natural, especialmente nos países onde é mais abundante e está mais ameaçada.

Embora só representem cerca de 10% da superfície do mundo, os países megadiversos abrigam, pelo menos, 70% da diversidade biológica terrestre do planeta, incluindo mais de dois terços de todas as espécies vertebradas que não são peixes e três quartos de todas as espécies de plantas superiores.

Lista de países megadiversos

O Centro Mundial de Monitoramento da Conservação (WCMC, em suas iniciais em inglês), que pertence ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), identificou um total de 17 países megadiversos: Austrália, Brasil, China, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Filipinas, Índia, Indonésia, Madagáscar, Malásia, México, Papua Nova Guiné, Peru, República Democrática do Congo, África do Sul e Venezuela.

Em 2002, no México, 12 dos principais países em desenvolvimento considerados como megadiversos (Brasil, China, Costa Rica, Colômbia, Equador, Índia, Indonésia, Quênia, México, Peru, África do Sul e Venezuela) se reuniram de maneira independente ao WCMC. Nessa reunião foi adotada a Declaração de Cancún e formado o denominado Grupo de Países Megadiversos Afins como um mecanismo de consulta e cooperação para promover os interesses relacionados à preservação e utilização sustentável da diversidade biológica, assim como a participação justa e equitativa dos benefícios originados da utilização de recursos genéticos. Outros países — como Malásia, Filipinas, Guatemala e Irã — se juntaram a esse grupo ao longo dos anos.

Biodiversidade em um mundo com constantes mudanças

  • Entre 1970 e 2018, o tamanho das populações de espécies foi reduzido em 69 %
  • A perda de espécies é especialmente acentuada nos trópicos: na América do Sul e na America Central, essa perda foi de 94 %

The loss of biodiversity in detail

Atualmente, máis de 42.100 espécies estão em perigo de extinção, o que representa 28% de todas as espécies avaliadas:

  • 13 % Aves
  • 27 % Mamíferos
  • 28 % Crustáceos seleccionados
  • 31 % Tubarões e arraias
  • 34 % Coníferas
  • 36 % Recifes de coral
  • 41 % Anfibios

Que futuro queremos?

São necessárias medidas mais ambiciosas para travar a perda de biodiversidade.

Os indicadores devem nos ajudar a fazer boas políticas e monitorar sua evolução.

Fontes: Living Planet Report (WWF, 2022) e Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (2023)

 VER INFOGRÁFICO: A importância da biodiversidade [PDF] Link externo, abra em uma nova aba.

Características dos países megadiversos

De acordo com o Centro Mundial de Monitoramento da Conservação, para que um país seja considerado megadiverso, ele deve:

  • Ter, pelo menos, 5.000 plantas endêmicas.
  • Ter ecossistemas marinhos dentro de suas fronteiras.

O Grupo de Países Megadiversos Afins, por sua vez, estabelece que os países megadiversos contêm uma ou mais das seguintes características:

Posición geográfica.  Posição geográfica: a maioria está na zona tropical, onde existe uma maior diversidade de espécies.

Diversidad de paisajes.  Diversidade de paisagens: a complexidade das paisagens com montanhas confere diversidade de ambientes, de solos e de climas.

Aislamiento.  Isolamento: la progressiva separação de ilhas e continentes permitiu o desenvolvimento de flora e fauna únicas.

Tamaño.  Tamanho: quanto maior o tamanho, maior a diversidade de paisagens e de espécies.

Historia evolutiva.  História evolutiva: alguns países estão em pontos de convergência entre duas regiões biogeográficas, onde se misturam faunas e floras com diferentes histórias.

Cultura.  Cultura: a domesticação de plantas e animais contribuiu para a riqueza natural.

ões dos países megadiversos

Guiado pela Declaração de Cancún, o Grupo de Países Megadiversos Afins está há mais de 15 anos comprometido, entre outros, com os seguintes objetivos:

  • Apresentar posições comuns nos fóruns internacionais relacionados à diversidade biológica.
  • Promover a preservação da diversidade biológica nos países de origem e o desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa para fazer inventários de seus recursos, assim como para investir no desenvolvimento e na aplicação de tecnologias endógenas em apoio à preservação e às atividades econômicas sustentáveis no âmbito local.
  • Garantir que bens, serviços e benefícios provenientes da preservação e do aproveitamento sustentável da diversidade biológica sirvam de suporte para o desenvolvimento das pessoas.
  • Explorar, de forma conjunta, formas para trocar informações e harmonizar as respectivas legislações nacionais dos países-membros para a proteção da diversidade biológica, assim como para o acesso aos recursos biológicos e genéticos e à distribuição dos benefícios de sua utilização.
  • Estabelecer marcos regulatórios que criem incentivos para a preservação e o uso sustentável dos recursos biológicos.
  • Impulsionar ações com outros países, com a iniciativa privada e stakeholders, para que, com um espírito de cooperação e em benefício mútuo, demonstrem sua responsabilidade em relação ao uso adequado do capital natural dos países megadiversos. Tem o objetivo também de contribuir de forma prática para os objetivos de conservação, aproveitamento sustentável e distribuição dos benefícios que constam na Convenção sobre Diversidade Biológica.
  • Combater, de forma conjunta, a apropriação indevida ou ilegítima de recursos genéticos, por meio da troca de informações sobre o comportamento negativo de instituições acadêmicas ou privadas e o desenvolvimento de mecanismos que permitam controlar o destino dos recursos genéticos dos países de origem.

 

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