'Big data' e meio ambiente
'Green Data': As estatísticas podem ajudar o meio ambiente?
Só em 2017 geramos mais dados do que nos 5.000 anos anteriores. O 'big data' é a tecnologia que permite analisar essa explosão de informações para desenvolvermos novos avanços e soluções. A aplicação de dados massivos para a proteção do meio ambiente também contribui para a otimização da eficiência no setor energético, tornando as empresas mais sustentáveis e criando cidades inteligentes, só para dar alguns exemplos.

As informações estão multiplicando-se de forma exponencial: 90% dos dados que existem atualmente na Internet foram gerados — unicamente — desde 2016. E de acordo com as estimativas da IBM, em 2020 haverá no mundo 300 vezes mais informações do que havia em 2005. Um universo de dados caótico em perpétua expansão. A vida no século XXI aparece codificada em forma de números, palavras-chave e algoritmos.
O big data é um conjunto de tecnologias criadas para armazenar, analisar e gerenciar esses dados massivos, uma macroferramenta destinada a identificar padrões no caos de explosão informativa para elaborar soluções inteligentes. Atualmente é utilizado em áreas tão diversas como a medicina, a agricultura, as apostas ou a proteção do meio ambiente.
'Big data' e meio ambiente
As mudanças climáticas é o maior desafio que enfrentamos como espécie e o big data ambiental nos ajuda a compreender todas as suas complexas inter-relações. A aplicação de dados massivos para brecar o aquecimento global é o que se conhece como green data.
A Europa conta com diferentes modelos geradores de green data e um deles é o Copernicus. Trata-se de um programa de observação da Terra por satélite capaz de calcular, entre outras coisas, a influência do aumento das temperaturas no caudal dos rios. O Copernicus já está proporcionando informações fundamentais para a otimização da gestão dos recursos hídricos, da biodiversidade, da qualidade do ar, da pesca ou da agricultura.
Outros projetos internacionais que utilizam o green data para combater a mudança climática são:
'Big data' e energias renováveis
A aposta nos dados massivos pode reforçar a competitividade das energias renováveis em relação aos combustíveis fósseis. Vejamos algumas das contribuições do big data ambiental para as diferentes tecnologias limpas:
- Energia eólica: o uso de algoritmos complexos para construir modelos preditivos das condições eólicas ajuda a determinar a quantidade de energia que vai ser gerada.
- Energia fotovoltaica: os dados massivos otimizam a eficiência das usinas, permitindo que se adaptem à intensidade luminosa do momento.
- Energia hidrelétrica: o manuseio de grandes volumes de dados pode contribuir, entre outros avanços, para evitar fugas nas usinas e para ter um maior controle dos caudais de água.
Da mesma forma, os consumidores do setor renovável também serão beneficiados por essa revolução informativa. Por um lado, a conexão dos dados dos medidores inteligentes com as previsões meteorológicas permitirá ajustar a demanda em tempo real, favorecendo a criação de tarifas totalmente personalizadas. Por outro, a Internet das Coisas permitirá reduzir o gasto energético, por exemplo, adaptando a iluminação e a temperatura ambiente ou o consumo de certos eletrodomésticos às necessidades de cada momento.





de resíduos


de resíduos
'Big data' e cidades inteligentes
A ONU garante que em 2030 dois terços da população mundial se concentrarão nas grandes cidades. Essa realidade apresenta desafios ambientais que o green data já está ajudando a resolver. Dentre as iniciativas que estão utilizando a análise de dados massivos para criar cidades mais inteligentes e sustentáveis se destacam:
- O projeto Trash Track instala sensores com GPS no lixo para compreender melhor os caminhos da reciclagem.
- O sistema AllAboard otimiza o planejamento dos transportes públicos utilizando os dados de localização dos celulares.
- O comunidade Crisis Mappers Net analisa dados de diferentes fontes (imagens de satélite, plataformas geoespaciais, simuladores, etc.) a fim de alertar para desastres naturais e favorecer uma resposta rápida.
- A Copenhagen Wheel é uma roda de bicicleta que coleta dados sobre a qualidade do ar, o nível de ruído e as condições da estrada.
- A empresa Solar Roadways pretende semear em todo o mundo estradas inteligentes feitas com painéis solares que permitem gerar energia.
- Dispositivos que monitoram a poluição nas cidades e que foram utilizados para realizar restrições de tráfego.
'Big data': Rumo á responsabilidade social de dados
Devido à sua atividade, as empresas são um dos agentes que provocam um maior impacto negativo no meio ambiente. Desde a mudança de milênio já estamos vendo nos relatórios de sustentabilidade das empresas [PDF] Link externo, abra em uma nova aba. — publicados no quadro da memória anual —, as estratégias e ações que estão sendo implementadas para minimizar tal impacto. Nos últimos anos, o green data está contribuindo para tornar as empresas mais sustentáveis através de sua participação em:
- A otimização da gestão energética e o uso dos recursos.
- A redução das emissões de dióxido de carbono derivadas da produção.
- A redução da emissão das frotas de veículos melhorando as rotas.
- Antecipar-se às necessidades de conserto e substituição da maquinaria monitorada através de sensores.
Em última análise, ajuda as empresas a estarem conscientes, não só de seus impactos diretos, mas também dos mais difíceis de controlar, os gerados ao longo de toda sua cadeia de valor.
O big data aplicado ao meio ambiente busca conseguir um mundo melhor para todos e já se tornou uma poderosa ferramenta de monitoramento e controle de desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento sustentável nas cidades
Eficiência energética dos edifícios
Transformação digital e inovação(*) Nota
(*) Disponível na versão em espanhol.