Mitigação e adaptação às mudanças climáticas

A adaptação às mudanças climáticas: como será a Terra em 2030?

Natureza

As mudanças climáticas ameaçam o futuro do nosso planeta, mas ainda estamos a tempo de nos adaptarmos a elas e atenuar seus efeitos. A seguir, revisaremos as medidas que estão sendo propostas e viajaremos no tempo para contar como será o mundo que parará o aquecimento global.

adaptacion
As políticas de adaptação às mudanças climáticas nos ajudarão a resistir às consequências do aquecimento global.

O termômetro terrestre segue batendo recordes mundiais de temperatura. Se o último mês de julho foi o mais caloroso da história segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o quinquênio 2015-2019 está a ponto de se tornar o mais quente de todos os tempos. Os cientistas apontam que tal tipo de fenômeno tem mais probabilidade de ocorrer e persistir devido, entre outras razões, às mudanças climáticas.

A vulnerabilidade frente às mudanças climáticas

As mudanças climáticas são uma realidade que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente as mais vulneráveis, pois elevam a frequência e a intensidade dos fenômenos meteorológicos extremos que causam numerosos danos materiais e provocam deslocamentos de populações. Sem ir mais longe, em 2018 os desastres naturais provocaram, em termos globais, 17,2 milhões de migrações intranacionais, ou seja, dentro de um mesmo país, conforme o Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC).

O aquecimento global também está por trás da maior crise ambiental da história pela velocidade insólita dos acontecimentos. Desde 1880, a temperatura média terrestre subiu 0,85 ºC, o nível do mar aumentou 19 cm e o Ártico perdeu 1,07 milhão de km2 de gelo por década, tal como revela o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Diferenças entre mitigação e adaptação às mudanças climáticas

Até recentemente, o mundo tinha focado seus esforços em tentar limitar as emissões de CO2. No entanto, em vista dos últimos dados, a comunidade internacional diversificou seus esforços para impulsionar políticas de adaptação e de mitigação das mudanças climáticas, visando minimizar os efeitos desse fenômeno cujas consequências já estamos sofrendo em diferentes partes do planeta. Ambas as estratégias são complementares e, embora apresentem desafios diferentes, convergem no objetivo final.

A diferença entre as estratégias de mitigação e adaptação em relação às mudanças climáticas é que, no primeiro caso, têm a função de combater as causas e minimizar os possíveis impactos das mudanças climáticas, enquanto, no segundo caso, a função consiste em analisar a forma de reduzir as consequências negativas das mudanças climáticas e aproveitar as oportunidades que podem originar. Na medida em que as estratégias de mitigação não atinjam os objetivos de contenção das emissões, a resiliência climática será essencial para atenuar o impacto das mudanças climáticas a fim de tornar compatível nossa sobrevivência e a de todos os seres vivos do planeta.

Medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas

Ganhar a batalha contra as mudanças climáticas é algo difícil, mas, com o esforço de todos e através das medidas de mitigação adequadas, poderemos minimizar os danos:

 Melhorar a eficiência energética e apostar nas energias renováveis contra os combustíveis fósseis.

 Promover o transporte público e a mobilidade sustentável com mais trajetos urbanos de bicicleta, menos voos de avião e mais viagens de trem e carro compartilhado.

 Promover a indústria, a agricultura, a pesca e a pecuária ecológicas, a sustentabilidade alimentar, o consumo responsável e a regra dos 3R (reduzir, reutilizar e reciclar).

 Taxar o uso de combustíveis fósseis e dos mercados de emissões de CO2.

Paralelamente às medidas de mitigação para conter o aquecimento global, devemos promover as medidas de adaptação às mudanças climáticas:

 Construir edificações e infraestruturas mais seguras e sustentáveis.

 Reflorestar as florestas e restaurar os ecossistemas danificados.

 Diversificar os cultivos para que se adaptem melhor a climas mais mutáveis.

 Pesquisar e desenvolver soluções inovadoras para a prevenção e gestão de catástrofes naturais.

 Desenvolver protocolos de atuação no caso de situações de emergência climática.

Como será a Terra em 2030 se vencermos as mudanças climáticas?

Se as medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas tivessem os resultados esperados, na próxima década — conforme o Fórum Econômico Mundial (WEF) — poderiam ocorrer cenas cotidianas como estas:

 Mobilidade
A maioria das viagens serão feitas em trens e carros elétricos compartilhados e equipados com algoritmos que otimizarão o percurso para reduzir o consumo e maximizar o número de passageiros. Nas cidades, preferiremos caminhar, andar de bicicleta ou utilizar o transporte público para poupar tempo e ganhar qualidade de vida graças à redução do ruído e dos engarrafamentos.

 Arquitetura e urbanismo
Viveremos em casas alimentadas com energias renováveis e quase não serão construídos edifícios de concreto. Nas ruas, haverá menos áreas de estacionamento e mais hortas urbanas, parques e jardins.

5 claves
5 pontos-chave da sociedade que vencerá as mudanças climáticas.

 VER INFOGRÁFICO: 5 pontos-chave da sociedade que vencerá as mudanças climáticas [PDF] Link externo, abra em uma nova aba.


 Alimentação
Comeremos mais verduras, frutas e hortaliças. A carne, os produtos lácteos e os peixes perderão importância em sua dieta.

 Agricultura
A diminuição da pecuária beneficiará o reflorestamento e deixará mais solo disponível para o cultivo de alimentos de consumo humano.

 Consumo
Compartilharemos mais bens e serviços, compraremos menos, reutilizaremos mais e reciclaremos quase tudo. Os plásticos de um só uso terão desaparecido e as embalagens serão facilmente classificáveis e recicláveis.